quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

JpD contra a não transparência na escolha de Salomão Furtado para coordenar o Projecto: "Jovens e coesão social"

Praia, 06 Janeiro - A Juventude para a Democracia volta à carga e denuncia mais uma vez o Governo de estar a instrumentalizar programas ligados à juventude, depois de o Executivo ter escolhido Salomão Furtado para coordenar o projecto “Jovens e Coesão Social”, financiado pelo Fundo Espanhol e pelo PNUD.





Em conferência de imprensa esta manhã na Praia, o vice-presidente Carlos Monteiro considera esta decisão da Ministra do Trabalho, Madalena Neves, como sendo mais uma estratégia com fins eleitoralistas “que irão perigar ainda mais a situação preocupante e de abandono da nossa juventude e como era previsível”, tanto mais, “que este Governo suportado pelo PAICV, já se encontra a montar a sua máquina eleitoral para 2011, só que à custa de dinheiros públicos, o que não pode ser”.

“Este projecto, estrategicamente montado no período imediatamente antes do inicio das campanhas para as legislativas de 2011, que mais uma vez vem mascarado, como sendo mais uma boa intenção deste Governo, vem já no seu arranque, inquinado de intransparência e as suas intenções parecem não deixar dúvidas”, sublinha a JpD que desafia o Governo a explicar aos cabo-verdianos quais foram os critérios que levaram à escolha de Salomão Furtado.

“Será por questões de mérito e de competência, ou será porque foi o candidato vencido do PAICV à Câmara Municipal de Calheta de São Miguel, ou seja, trata-se de um jovem ao serviço do partido”, questiona a JpD, referindo-se ao cidadão que ocupa actualmente o cargo de Director Geral do Ordenamento do Território.

A juventude ventoinha vai mais longe e sugere ao Governo para, nestes casos, até para defesa do visado, se divulgue todos os elementos do concurso, se é que houve: critérios, candidato seleccionado e excluídos, júri do concurso, pontuação de cada candidato, etc. “Pois o que nos parece é que o vencedor é escolhido a priori entre os militantes e simpatizantes do PAICV”, referem, considerando que “os quadros competentes deste país, principalmente os independentes, têm também o seu papel a desempenhar no desenvolvimento do país”.

No documento, pedem ainda ao Governo que deixe de ser o Governo dos nomes bonitos como seja “Operação Esperança”, “Mundu Novo”, “Casa para Todos” e agora “Coesão Social” e comece efectivamente a trabalhar na resolução real dos problemas que afligem a população cabo-verdiana, com especial destaque para a juventude.

A JpD termina o comunicado apelando ao Governo que não instrumentalize a já martirizada e desempregada juventude cabo-verdiana, simplesmente, porque a situação vem tomando contornos difíceis e explosivos. “Basta ver a delinquência juvenil e o desemprego que vêm grassando nas maiores urbes do país”, concluem.

Recorde-se que a 8 de Outubro de 2009 a JpD, em conferência de imprensa, já tinha apelado para que o programa “Emprego Jovem e Coesão Social” fosse conduzido de outra forma, ou seja sem partidarismos, e com critérios de acesso que não seja a militância neste ou aquele partido.
in liberal on line

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