quinta-feira, 22 de outubro de 2009

OLÁ, SENHOR CANDIDATO


“O conhecimento científico é fundamentalmente conjectural e progride por ensaio e erro” In Lógica da Descoberta Cientifica, Karl Popper (1934)


1. Parece-me que o ano 2011, já, nos bateu à porta. Os dois maiores Partidos Políticos passaram nos testes das simbólicas directas, e, irão, agora, para a prova de fogo das Convenções, nos meses de Outubro e Novembro, para elegerem os seus respectivos órgãos directivos, e, delinearem os grandes eixos programáticos e estratégicos com o fito de alcançarem o cadeirão da Varzea que servirá como o trampolim para chegar ao do Platô. Os Tambarinas já estão no poder há 8 anos, quase, com a síndrome do final do ciclo diagnosticada. O Premiê encontra-se a recauchutar, no exterior, e, a receber títulos Honoris Causa pelas Universidades do Brasil para dizer que é fruta madura. A todo vapor com a maquilhagem de “Novos Tempos, Novas Repostas”, do slogan plagiado e fora de prazo da Coca-Cola Company, ou, do rançoso com odor a mofo do MAC’DONALD, com o rimar dos “ÊNES” de NOVOS, e ainda, pagos a preço douro, à empresa de serviços camarada, instalada na capital, à custa de depauperamento dos bolsos de contribuintes nacionais. Um reparo (!) só que na definição das opções estratégicas de marketing político, e, na escolha dos alvos, apanhará uma tamanha desilusão por causa dos efeitos de ricochete dos ÊNES. Teve tempo suficiente para se inovar e buscar. SIM. “Novos Rumos, Novas Estratégias”, para as oportunidades, ímpares, surgidas e desperdiçadas. Sua Excelência por especial favor evite Novos rombos dos “ÊNES” dos NÚMEROS de aumento da pobreza relativa (?!)

MATRIZ IDEOLÓGICA

2. Relativamente, ao slogan de Carlos Veiga “Está na Hora” é apelativo à mudança, e, diz, claramente, que “O Futuro é Hoje”. CV terá que saber demarcar-se, radicalmente, do seu adversário mostrando que tem um projecto com Novas Ideias, Novas Atitudes e Novos Comportamentos por que tem uma matriz ideológica diferente, e, percurso político, também, diferente, quando fazemos as incursões no pensamento político dos dois candidatos a Primeiro-Ministro depreende-se que o JMN continua ligado a um passado de que Karl Popper apelidou “de historicismo marxista” e que está, umbilicalmente, associado à sociedade fechada. E, nunca, soube descolar dessa praxis e da clique burocrática do PAI. O posicionamento entre as duas alas é prova evidente, da existência de estigmas do passado. Enquanto, o Carlos Veiga elege a liberdade de critica e de pensamento como a condição indispensável, e, alavanca para o progresso do conhecimento e do desenvolvimento humano.

CANDIDATO VENTOINHA

3. Na escolha do próximo candidato ventoinha para as Presidências os militantes deverão corroborar numa forte personalidade que comunga dos ideais e valores da liberdade, da democracia, sobretudo, com abertura intelectual, suficiente, que dá garantias à separação de poderes, como freios e contraponto, que é guardiã do governo constitucional ou limitado pela lei. Esta personalidade deverá dar uma atenção especial às liberdades fundamentais e aos direitos humanos como determinantes das “diferenças de bem-estar”, e, incluindo “o exercício e a valorização social das liberdades e direitos”, independentemente das culturas e costumes nacionais, como dissera Amartya Sen. Outro aspecto, é de se partilhar e comungar com os grandes desafios que o Mundo Globalizado enfrenta, actualmente, a saber: questões da segurança contra o narcotráfico e o terrorismo internacional; do reforço da regulação e supervisão das instituições financeiras; problemática da pobreza, ambiente e mudanças climáticas, de acordo, com o celebre Relatório da Comissão Brundtland intitulado “Our Common Future” ONU (1987), e, a Cimeira da Terra e Agenda 21, Rio de Janeiro 1992. Esta personalidade será uma voz à altura das esperanças e dos sonhos do homem cabo-verdiano no Mundo Global. Eu, já, fiz a minha escolha.

ZONA

4. BOM DIA! Zona é, para mim, a perfeita imagem do democrata generoso, e ainda, romântico pela causa da coisa pública, da cidadania, da cultura, enfim, da liberdade. O homem é ÍSSIMO. Por que tem da democracia um conceito superlativo. E, o que não sei se é a alma poética que guia o investigador, o político, e sobretudo, homem de rupturas, de vivências, de forte convicções (!?) Enfim, soube ser, sempre, um homem aprendente. Se calhar o único pecado dele é de não saber disfarçar-se dos “firmes” valores da liberdade. Outros, sim, sabem metamorfoseá-los. Para contrariar, um pouco, ao Manuel Alegre, ex - candidato às Presidências de Portugal, que dissera”Sou um poeta emprestado à politica”; eu diria que ZONA é “um intelectual emprestado à política”. Quando, assim, acontece; faz-se a política voltada para as pessoas. Afigura-se-me que para ele a liberdade é, essencialmente, um pacto segundo o qual cada um de nós renuncia o que não quer que os outros lhe façam. É a assumpção plena desses valores, e, atributos que faltam a muitos políticos e intelectuais cabo-verdianos. Como há na imaginação de certa intelligentsia política a puerilidade histórica, então (?) reivindicam direitos e apoderam-se da nossa consciência e história comuns, e, esquecem-se de que houve “muita e muita clandestinidade, muita conjecturas e muita refutações”, e, dá para questionar, assim: (as caminhadas para o Dia 25 de Abril, o Dia 5 de Julho e o Dia 13 de Janeiro pertencem-nos, não é JCF?). Não podemos permitir que a verdade e a liberdade sejam ofendidas todos os dias por supostos representantes, os quais, na verdade, só têm interesses no poder, por que não sabem estar de fora… Eles não se importam com o destino das almas e, sempre, buscam o controle de seus corpos. Convirá relembrar que a propaganda passa e os factos ficam E, nunca, esquecer (!) que tendem a confrontar-nos muito mais tarde. Hoje, reclama-se a lógica do bom senso e da palavra responsável.

É minha convicção que se ZONA for Presidente da República pela sua cultura política, verticalidade intelectual e moral, e, experiências, nunca, desempenhará esta função com a mesma devoção com que um sacerdote faz proselitismo religioso. Saberá. Sim. Ser sempre o arbitro do sistema e exercerá uma magistratura de influências, sem subjectividade. E, quando se assume a liberdade como a eleita d’alma, do sol, e, sal da democracia, a partir daí, o diálogo, e, o consenso se constroem, primeiramente, como alicerces para o desenvolvimento humano do cabo-verdiano

PS: Aprende a conhecer as alegrias de uma vida árdua e reza, reza incessantemente. A oração pode constituir para nós uma reserva de forças. (Sacrifício da vontade. Dinâmica moral. O feitiço dos sacramentos. Higiene da alma). In Escritos Íntimos: BAUDELAIRE.
João Cardoso - Jornalista


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