quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cartão-jovem: “moeda de troca e de compra de consciência da juventude cabo-verdiana”

A Juventude para a Democracia (JpD) acusa o Governo de querer instrumentalizar o Cartão Jovem (CJ), com o propósito de manipular a juventude cabo-verdiana para atingir um terceiro mandato". Estas afirmações foram proferidas hoje pelo vice-presidente da JpD, Carlos Monteiro, em conferência de imprensa.

 
Para a JpD, o novo modelo de CJ que se quer implementar em Cabo Verde vem "pôr a nu" as fragilidades e a falta de política para a juventude por parte do Governo. Especificando, Carlos Monteiro diz que "basta ver que, no ano passado, não houve sequer uma única adesão ao mesmo".

Na semana passada, a nível nacional, foram realizadas reuniões de socialização desse novo modelo CJ e os critérios de aquisição dos referidos cartões. Nesses encontros, "foi referido que, para um jovem ter um CJ, terá que ser um jovem ‘elegível', como sendo, líder na comunidade ou jovem de destaque. Também foi dito que os processos dos cartões não só passariam pelos centros da juventude, mas também pelas associações juvenis nos bairros", aponta o vice-líder da JpD.

No entender da JpD, esses critérios de concessão dos CJ estão "manipulados e viciados", tendo em conta que "vão criar jovens de primeira e de segunda, para não dizer, jovens camaradas e não camaradas". Por outro lado, refere Carlos Monteiro, este modelo de CJ vai facilitar a "politização e compra de consciência da nossa juventude".

Em países estrangeiros, como Portugal, cita Monteiro, o único critério que define se um jovem está apto, ou não, para ter o CJ é "estar dentro da faixa etária estipulada, não sendo levados em conta aspectos como a raça, religião, género, partido político, etc.", aponta.

Por isso, a JpD classifica o modelo de CJ que se quer implementar em Cabo Verde como uma "manobra propagandística, em véspera de período eleitoral", o que demonstra, "claramente, que o Governo de José Maria Neves não consegue ver a juventude de outra forma que não seja um meio para atingir um terceiro mandato", apontou Carlos Monteiro.

Diante disso, a juventude do MpD apela aos jovens cabo-verdianos a "não se deixarem manipular por mais esta provocação do Governo".

Por outro lado, exige que o CJ seja facultado a toda a juventude do país, e que o processo de concessão seja "transparente e com lisura". Para que isso aconteça, a JpD fala até em recorrer a instâncias judiciais.

6-10-2010, 13:12:47
Helga Furtado, Redacção Praia

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