Por outro lado, tenho a certeza que não estou a “dar o ouro ao bandido” porque quem não conseguiu mudar até agora …(9 anos e meio), não será em 6 meses que o conseguirá fazer…
Senão vejamos:
Emprego/desemprego/pleno emprego - Quem não se lembra, no inicio da legislatura 2006-2011, da promessa do nosso Primeiro-ministro de reduzir a taxa de desemprego, abaixo dos 10%? Qual foi o resultado? Aumento do desemprego para os 21%!!! Contudo, em vez de o Premier assumir que falhou na meta (e dar uma de moranguinho do Nordeste), o que ele fez? Subiu um escalão, caprichou, fugiu para a frente e passou a prometer o PLENO EMPREGO!!!! Uff, que promessa!!! Principalmente para alguém que só conseguiu aumentar a taxa de desemprego. Por outro lado, passou a calcular a taxa de desemprego de outra forma (com a desculpa de medir o desemprego da mesma forma que outros países) Resultado: os cabo-verdianos não acreditaram nele… e votaram MpD!!!
Diminuição do montante das bolsas de estudo – Desde 2001, o PAICV viu o ensino superior como uma despesa, em vez de um investimento! Quem não se lembra de um deputado desse partido (dica: de Santa Catarina) que disse mais ou menos o seguinte: Filho de pobre, deve ir para o ensino técnico-profissional, e deixar os filhos de ricos com as licenciaturas… Assim não é de estranhar que os valores destinados, nos Orçamentos de Estado, para bolsas de estudo de 2006 a 2010 tenham seguido uma tendência de retracção (Em 2006 - 500 begin_of_the_skype_highlighting 2006 - 500 end_of_the_skype_highlighting.000 contos em 2010-460 begin_of_the_skype_highlighting 2010-460 end_of_the_skype_highlighting.000 contos), o que conjugado com a inflação e comparando os mesmos com o valor total do Orçamento de Estado… Resultado: A maioria dos cerca de 18.000 estudantes do Ensino Superior (nacional e estrangeiro) não perdoou as tamanhas dificuldades que o Governo os fez passar…. e votaram MpD!!!
Associações de bairro – Já dizia o outro: “Não me dês peixes, mas sim ensina-me a pescar!” Uma das medidas, já em desespero de causa, que o anterior Governo tomou, foi a instalação de associações de bairros, em tudo o que era bairro. Objectivo? Dar aos portadores de cartão de militante da estrela negra, benesses como cimento, verguinhas de ferro, arcas frigorificas, formação profissional, etc… Era só ver a anterior Ministra da Juventude, dia sim, dia sim, presente nessas associações, a fazer promessas. O que eles (PAICV) não percepcionaram, (i) é que muito do dinheiro a distribuir, ficou na mão de quem era suposto distribuir e (ii) por cada indivíduo que recebia apoio, havia 10 que ficavam a “chuchar no dedo”: Resultado: A inveja e a ganância colocaram a população revoltada com este esquema… e votaram MpD!!!
Agarrados aos anos 90 – Outro indivíduo dizia: “O macaco nunca olha para a sua cauda!” – O que mais se ouviu o PAICV dizer durante os meses antecedentes às eleições, era que o MpD estava agarrado aos anos 90, que não tinha ideias, nem soluções. Contudo, por exemplo no Parlamento, era o próprio grupo parlamentar e anterior Governo a gastar mais de 90% do seu tempo, a fazer comparações com os Governos dos anos 90. Resultado: De tanto comparar, a população acabou por ver que foi durante a década de 90 que tinha conseguido a liberdade, a democracia, a abertura económica, a liberdade de associação, o acordo cambial, a diminuição da pobreza, a facilidade de adquirir bens e serviços, a liberdade sindical e o direito de greve, a liberdade de enviar dinheiro para o exterior, a criação da Policia Judiciária, o Ensino obrigatório de 6 anos, os Liceus em todos os Concelhos, o arranque da Internet e a introdução do telemóvel, a liberdade de expressão e tantas outras coisas. Assim o raciocínio lógico da população foi: Se o MpD teve capacidade para fazer tudo isso, muito mais pode fazer nos tempos que correm (Moral da história: quem mandou o PAICV andar a comparar…)…o povo votou MpD!!!
Insatisfação de diversas ordens profissionais - “A corda rebenta sempre para o lado do mais fraco” – Quem não se recorda das várias notícias que foram saindo na comunicação social, sobre o descontentamento dos professores, médicos, polícias, enfermeiros… Este é o resultado de muita promessa e pouco trabalho. Resultado: Esses profissionais fartos da corda rebentar sempre do seu lado e fartos de promessas, propaganda e inércia do anterior Governo, deram o troco e …. votaram MpD!!!
Gastos realizados sem prioridade – “Pode-se enganar algumas pessoas, por algum tempo, mas não pode-se enganar todas as pessoas sempre” - O anterior Governo não compreendeu que o MpD nunca foi (nem poderia ser) contra os investimentos em infra-estruturas. O que o MpD demonstrou era que a definição de prioridade do anterior Governo estava transviada e que foram as empresas estrangeiras que beneficiaram maioritariamente com esses negócios. Como explicar à população que se fez investimentos de cerca de 2.8 milhões de contos na Circular da Praia (equivalente ao orçamento da Câmara Municipal da Praia, ou seja todo o dinheiro gasto por essa edilidade no ano de 2010), e entretanto uma obra como Variante – Santa Cruz – Calheta – Tarrafal foi deixada para 2.º, 3.º ou 4.º plano? Será porque os Concelhos de Calheta e Tarrafal são geridos por autarcas do MpD? Ou então a obra Calhau – Baia, seria mais prioritária que dar condições de laboração permanentes à Frescormar, e assim poupar do desemprego, cerca de 500 trabalhadores? Resultado: Por mais portos, aeroportos, e estradas que tenham sido construídos, a população não quis ser mais ludibriada…. E votou MpD!!!
Propaganda política – Já dizia o outro - “Nem tudo o que brilha é ouro” – No ano passado (2010) o anterior Governo destacou 30.300 contos, para a propaganda na comunicação social. Nunca o povo foi tão “bombardeado” com tanta publicidade sobre as obras de um governo… Esse dinheiro seria muito melhor utilizado, em outras rubricas como a saúde, o saneamento, a habitação social, o aumento das bolsas de estudo, etc… E porquê? Porque todo(a) o(a) cabo-verdiano(a) para além do que vê na televisão e ouve na rádio, “vive”. Ou seja, não é por ouvir falar em “Nação vencedora” (que na realidade somos) e outros termos bonitos, que essa pessoa vai conseguir colocar “panela riba”. Não é por ouvir “Cabo Verde a ganhar”, que uma mãe vai conseguir pagar os estudos dos seus filhos, e outros tantos exemplos que se podia dar. Resultado: Os cabo-verdianos cansaram de viver no mundo da fantasia, cansaram-se da poesia, quiseram dar uma oportunidade à economia real e... votaram MpD!!!
Ideias e projectos credíveis do MpD – Mas o povo não votou apenas no MpD, porque o PAICV falhou. Votou MpD, porque o MpD apresentou um programa eleitoral, com propostas e ideias de resolução dos diferentes problemas criados pelo PAICV (o que será alvo de um novo artigo, em tempo oportuno) … e por isso o povo votou MpD!!!
Mas estará o leitor a dizer “Então votaram todos no MpD?”. E a resposta é não! Não, porque ainda existem muitas bolsas de pobreza, nas quais o PAICV foi buscar (adquirir) votos, e por outro lado, existem muitos interesses instalados, vulgos “camaradas com tachos” que fizeram o seu trabalhinho de casa e puseram toda a família, amigos e conhecidos a votar no PAICV, com propostas de contrapartidas.
Contudo, porque os cabo-verdianos estavam fartos de promessas, propaganda e inércia, a população ficou revoltada, não acreditando no PAICV, e nem querendo ser mais ludibriada, mas sim dar uma oportunidade à economia real e sabendo da capacidade do MpD, o povo (esse nobre soberano) decidiu dar a vitória ao MpD, para bem deste país.
Nota: O polvo Paul já tinha dito (apesar de em certa comunicação social escrita, terem aparecido outros “polvos” a adulterar o resultado…Mas o polvo Paul, é soberano… como o povo!!!
Miguel Monteiro – Presidente da JpD
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