sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Palmarejo Grande da IFH é acusado pela JpD de ser um empreendimento para elites



Palmarejo Grande, o novo empreendimento da Imobiliária, Fundiária, e Habitat (IFH) que está a ser construído para famílias de rendimento médio, é acusado pela JpD de ter habitações muito caras e que acabam por excluir quase toda juventude deste país do direito a uma habitacão condigna. "É um empreendimento que apenas as elites podem adquirir", aponta o vice-presidente da JpD, Carlos Monteiro, em conferência de imprensa dada ontem na cidade da Praia.

O vice-presidente da JpD, Carlos Monteiro, diz que ao praticar preços que vão de 2.300 a 2.800 contos por lote, mesmo que infraestruturados, a IFH coloca uma habitação muito acima da capacidade de pagamento e endividamento da maior parte dos cabo-verdianos. "Num país onde o rendimento per capita anual é de menos de 3.000 doláres, por maioria de razão os jovens estarão excluídos", conclui Carlos Monteiro.
Carlos Monteiro traz ainda à colação o imposto de selo para dar exemplos, "um jovem que tivesse emprego e que quisesse construir, entre o imposto de selo e outros teria de pagar 17.600$00 a 20.800$00 durante 30 anos", e isto só para o terreno. Mais, o jovem que queira construir na Urbanização de Palmarejo Grande teria que auferir um salário que estivesse dentro dos limites da taxa de esforço pedida por um banco, pontua a JpD.
Outro ponto que arrelia a JpD é o facto de em pouco tempo os terrenos colocados à venda já estarem quase todos vendidos. E Carlos Monteiro pergunta a que procura o IFH está a satisfazer, a dos especuladores imobiliários? Ou será a das poucas pessoas que têm um rendimento muito acima do rendimento médio cabo-verdiano? Porque, acredita Monteiro, o jovem cabo-verdiano médio está fora desse lote, com certeza “ Com este posicionamento a IFH, com o aval do governo, está claramente a trabalhar no sentido inverso da sua missão, que é a de regular o mercado de forma indirecta, e vem contribuindo para, sim, inflacionar ainda mais o já difícil mercado imobiliário, acusa a JpD.
Para finalizar Carlos Monteiro diz que a IFH, empresa do Estado, que deveria ser o instrumento do Governo para a promoção da oferta de habitações a baixo custo, actua noutro sentido e não tem nenhuma diferença em relação às imobiliárias privadas, que, aliás, vendem muito caro.
Instado a comparar o preço a que ficaria uma casa em Palmarejo Grande com o praticado no mercado pelas imobiliárias privadas, o vice-presidente da JpD reconhece que o preço praticado pelo IFH não é mais caro que o das imobiliárias privadas. Que o que se discute é que essas habitações podiam ser mais baratas tendo em conta que se trata de uma imobiliária de capitais públicos.

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